Este relatório quinzenal da Control Risks destaca os principais incidentes ocorridos durante o período de análise. Examinamos como esses incidentes se conectam às tendências de interferência eleitoral que estamos observando, bem como seu impacto sobre organizações e indivíduos no Brasil.
Incidentes de interferência cibernética e desinformação
- Brasil, 13 de maio de 2025: Os presidentes Lula e Xi Jinping se reuniram em Pequim para assinar vinte acordos, alguns relacionados a swap cambial, energia nuclear, mineração e comércio agrícola. Ambos também manifestaram apoio para que Ucrânia e Rússia conduzam negociações diretas sobre a guerra em curso.
Implicações: Os acordos comerciais entre Brasil e China ocorrem após ambos os presidentes expressarem oposição às políticas comerciais dos Estados Unidos. A crescente cooperação entre os dois países tende a ampliar sua influência econômica e política na América Latina. - Brasil, 12 de maio de 2025: O estado brasileiro do Pará iniciou a construção de uma estrada de treze quilômetros que atravessará uma área de floresta protegida próxima à cidade de Belém. Diversas fontes noticiaram que o governo brasileiro estaria construindo essa estrada como preparação para uma conferência climática da ONU, a ser realizada no país, especialmente porque as obras começaram em 2024, embora o projeto tenha sido iniciado em 2020. O governo negou essas alegações, afirmando que a estrada não faz parte dos trinta e três projetos de infraestrutura previstos para o evento.
Implicações: A construção tem gerado críticas nas redes sociais devido à derrubada de árvores em área protegida. Críticos do projeto expressam preocupação de que, uma vez construída, a estrada possa fomentar novos empreendimentos na região, resultando na perda do status de proteção ambiental. - Brasil, 7 de maio de 2025: O governo brasileiro recusou um pedido dos Estados Unidos para classificar as organizações criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho como grupos terroristas. Representantes brasileiros afirmaram que, segundo a legislação nacional, apenas organizações que realizam ataques por motivos religiosos ou raciais podem ser classificadas como terroristas. O pedido americano veio após o FBI relatar que essas facções atuam em 12 estados dos EUA, sendo responsáveis pelo tráfico de armas e lavagem de dinheiro, utilizando brasileiros que viajam para o país.
Implicações: A negativa do governo brasileiro tende a aumentar as tensões entre representantes dos EUA e do Brasil. Críticos da decisão, nas redes sociais, acusam o governo de permitir que essas facções atuem livremente no país. Por outro lado, críticos dos EUA afirmam que o país deveria priorizar a resolução de seus próprios problemas com gangues antes de interferir em questões internas do Brasil.
Medidas quinzenais de mitigação
- As organizações devem consultar nossas páginas de mitigação na plataforma Seerist para orientações gerais sobre malware e sua distribuição, além de receber treinamentos sobre detecção e resposta a phishing.
- As empresas devem promover campanhas internas de conscientização, incentivando os funcionários a verificar a precisão e a fonte de conteúdos politicamente ou socialmente sensíveis antes de compartilhá-los ou interagir com eles em plataformas como X (anteriormente Twitter) e Facebook.
- É essencial monitorar ativamente as redes sociais para identificar narrativas que possam impactar a reputação ou as operações da organização, como questões relacionadas a meio ambiente ou debates sobre políticas públicas de segurança.
- As organizações devem educar suas equipes para avaliar criticamente conteúdos midiáticos, especialmente vídeos que envolvam figuras públicas. Realizar campanhas internas periódicas sobre como deepfakes de IA são criados, como reconhecê-los e como são utilizados em golpes ou desinformação.
- Desenvolver um protocolo de resposta a incidentes de segurança cibernética, incluindo comunicação interna, revisão jurídica e estratégias de relações públicas, garantindo uma ação rápida caso a empresa ou seus executivos sejam alvo.
Conscientização sobre engenharia social
- Um deepfake de IA do cantor brasileiro Pedro Sampaio foi usado para promover um site de apostas. No Facebook, um deepfake de um político brasileiro promovia uma fraude que alegava que Elon Musk estaria oferecendo o serviço Starlink gratuitamente no país, mediante pagamento do primeiro mês. No momento da publicação, a postagem já havia sido removida.
- Usuários nas redes sociais devem sempre verificar a autenticidade de vídeos que usem a imagem de celebridades e políticos brasileiros para promover produtos ou serviços.
Educação sobre desinformação
- É provável que aumente a circulação de desinformação em plataformas como X e Facebook sobre o projeto de infraestrutura no Pará e as ações que Brasil e EUA tomarão contra as facções criminosas atuantes no país.
- Usuários devem verificar a precisão e a fonte de qualquer informação compartilhada ou com a qual interajam nas redes sociais, especialmente quando relacionada a declarações ou ações do governo sobre temas de alta visibilidade.
Monitoramento de redes sociais
- Usuários do X estão compartilhando e criando postagens expressando preocupação com o desmatamento na Amazônia, relacionado a projetos de infraestrutura e exploração de petróleo.
- Usuários brasileiros também criticam, nas redes sociais, o que percebem como inação do governo frente às facções criminosas. Alguns expressam apoio à ideia de classificar essas organizações como terroristas, argumentando que a violência causada por elas é um problema crescente no país.
Proteção eleitoral no Brasil: treinamento e suporte em cibersegurança
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